Eu
desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
E uma gente que não viva só pra si
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
E uma gente que não viva só pra si
Em algum lugar escondido por
pedras que não indicam um caminho é 1988. Usa-se uma camisa polo lilás que
alguém esqueceu em casa e ela passou a fazer parte dum acervo comumente povoado
de camisetas de campanha política ou campanha salarial ou qualquer luta. De
punhos rentes, fazia com que os braços tivessem bíceps fortes. Eu gostava de me
perder de admirar.
Ao que se discutia alto, porque se
discutia tanto e ao mesmo tempo na mesa de lata enferrujada, ainda que cervejas
geladas em copos Nair untassem a fala, pigarreava-se, um pouco do frio, um
pouco do tanto dizer, o que poderia ser rebatido com um caldo de mocotó em
outro lugar, onde alguém recomendasse que se desse a saideira.
Cruzavam-se os braços com o dedão
debaixo das axilas, o que, de novo, colocava a camisa e o apresentar-se dentro
dela como uma coisa bonita de se ver, tão apropriado parecia.
Eu, secretamente, aguardava o dia
em que, novamente, após o talco Banho a Banho, a cabeça descabelada se enfiasse
por dentro da gola da camisa polo lilás e o herói se compusesse, abotoando-lhe
até o pescoço, em pomo rente, pelas aparências que ela fazia emergir e justificava.
tentei 3 , mas a virtualidade parece ser também literária ou poética o bastante que basta o olhar e não as lembranças!
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