segunda-feira, 16 de julho de 2012

espera

Ele aguardava. Não se sabia, ao certo, antes. Na verdade, não parecia impaciente pela postura que exercia, mesmo em sua baixa estatura. Parado ali, não era só a idade que trazia um tipo de presença, mas uma dor que se mostra, pelo menos pra mim. Mãos nos bolsos de um blazer que, em seu tamanho, não parecia o descuido de proporções, mas mais uma inspiração de duas décadas atrás.
A um certo ponto, não era mais tão cedo, ela chegou. Não era bonita, por certo, alguns traços pouco femininos, quase causando dúvida, mas era jovem. E ele, antes em pé no mesmo lugar por tempos, agora escolhera uma mesa onde posicionava as cadeiras de modo a deixá-lo por trás dela e abraçado carinhosamente. A estatura, a leve magreza debaixo da pele já não tão firme que aparecia nos braços agora sem o blazer escuro, tudo parecia diminuído pelo modo com que ele a abraçava, masculino e tenro, sabedor de coisas e da vida.

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