sábado, 8 de junho de 2013

E eu passei a ficar pesada, eu voltei a ficar pesada. Pensei fosse um sonho, meu corpo leve como uma casca de cortiça. Pouca pluma dentro do travesseiro. Tudo querendo extravasar em ar, tudo murchando o ar de dentro. As partes não mais enchem as mãos como dantes: seios como fruta velha na fruteira. E as pálpebras viraram um invólucro de memórias cansativas. O que se mostra de fora passou vindo de dentro como peneira, osmose de experiências insolúveis.
Rosa, róseo, pálido, tons se esmaecendo como pele. E as coisas vão se indo e se esvaindo, descolorindo o que de bom pensava-se ter se acumulado em algum lugar. Fotografias, assim como as memórias, também amarelam.

Um comentário:

  1. A unica coisa que deve permanecer é o futuro...
    O amarelo... só o dourado ouro.
    Você esta linda...
    Quanto mais pesada,
    mais mulher,
    mais verdadeira,
    mais colorida,
    mais permanente.
    Da peneira de cortiça se faz a transparencia, totalmente transparente.
    te amo
    só!

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