segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Um fiapo sequer não há no que se pode dizer do que sobra de mim. O que ainda melhor se nota por um quadro de algo que se transforma em mais do que imagem na sugestão do pouco peso, das gramas que vou perdendo aos suspiros, eu, frágil como costela de um filhote enfermo.
As temperaturas oscilam e se esvaem como única nota de existência. Cabelos que sobram sobre a cabeça e que se esparramam pela casa como um significado de vida, mas, também, um a um, demonstram a perda das coisas.
Comer, dormir, banhar o corpo magro – o rastro deslizante do sabonete, uma constatação inevitável de um lamento –; tudo custa uma energia que não se possui.
E a bagunça, a sujeira, os objetos há dias espalhados, a louça que se resseca sobre a pia, o leito revirado: os únicos habitantes na minha convivência.
E o ar do lado de fora, forjando vida pra dentro de um fraco orifício, grosso e pesado por carregar tanta vida, vida nenhuma consegue trazer.

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