quinta-feira, 27 de março de 2014

Costuraram a seco. A agulha mergulhava em pele seca como areia para encontrar ar do outro lado e repetir o movimento. Infinitas vezes. Nem sangue coloria porque a nada era devido transbordar. Foi instituído que se contivesse qualquer líquido, qualquer lágrima.
Sobra nem ar dentro do peito, parece tudo uma poeira cansada que não se revolve. Nenhum redemoinho, vento, sopro. Tudo é velho e não háligaçãoexternadenadacomnada. Dentro é um oco, como a bexiga de um carneiro sangrado ressecando no varal.

Fio que parece a estrada ou o trilho do metrô. Lugar de levar a lugar nenhum. Nenhum cânion, nem falésia, nem poesia em pedras ou coqueiros. Fim-de-semana é palavra amarela que subsiste em outros lugares, outros ouvidos, outros olhares. 

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