quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ela estava num hotel em São Paulo. A névoa, como que rente à janela, era quase uma companhia numa noite para outras cobertas. A lua, encoberta; só imaginação. Os aviões cortavam o céu vermelho, lembrando, de tempos em tempos, o mundo lá fora.
Do outro lado, um traço se fazia, um novelo desapercebido, fio da costura na ignorância do notar-se uma pequena ponta. Do outro lado, companhia nem de aviões ou cobertas.
E no caminho, o encontro do que nem se sabe procurar-se, documento debaixo da cômoda, foto perdida no livro antigo, tesouro de infância, dinheiro na lavanderia. Depois do encontro, o precioso do desconhecido, nunca mais perder-se.

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