quarta-feira, 30 de outubro de 2013

chorava o vinho
chorava a madrugada
escorria lágrima
em taça
curvilínea
como em corpo de mulher
- pista sem farol
na madrugada

chorava
a despeito da viola simbolista
longínqua qualquer nota,
qualquer aliteração
dentro, a madrugada:
reverberação

dançam, ignoram os passantes
comemoram qualquer coisa
buscam nada
sabem nada
- impertinentes!

agora e sempre chora a madrugada
macio busco colchas e cabelos
macia é coisa nenhuma
encharca madrugada
escorre em taça
lágrima curvilínea
já é dia e ainda insiste
a madrugada

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