sexta-feira, 9 de março de 2012

A gringa, visivelmente sapecada dos desacostumes do sol tropical, lia um livro à penumbra do beliche como uma caricatura. Comer, rezar, amar. Pocket book, um pouco cor orelhas já.
British, mas com um accent desaguado no alto do seu céu da boca, se fazendo clara e entendível. Mas, depois, também, descubro que são critérios de estudante de línguas aprendendo espanhol no Uruguai.
Pergunto se se chama Amy, Ema, Amelie (me veio um “m” à mente quando a vi, não sei por que), mas ao que ela retruca, arredondando os cantos da boca pra dizer o nome que em sua terra se faz exótico, “Bianca”.
A vizinha de cima, Zofia, com ares italianados por sua ascendência, 21 anos, titubeia, mais tímida, até dormir.
Falamos de signos, nos adivinhamos, reticências pegas no ar como vaga-lumes. E descubro que há confluência entre pessoas, coincidência, contato. As pessoas se leem além de uma referência em comum de cultura, seja lá o que isso for. E onde há querência e sensibilidade, há comunicação...
Mundo vasto mundo...

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